março 17, 2009

Amigos

Para alguns não importa a espécie.

março 11, 2009

Na Onda dos Super-Heróis


Vi no blog da e óbvio que tinha que brincar.

março 07, 2009

Ensaio sobre a Cegueira - Livro


Acabei de ler o livro "Ensaio sobre a Cegueira" de José Saramago, na verdade eu devorei este livro, pois o li em três dias e simplesmente adorei. Adorei!!
Sempre ouvi, e até mesmo achava, que Saramago era meio difícil e chato de ler por seus parágrafos intermináveis e por ser em português de Portugal, mas com este livro a leitura fluiu que foi uma beleza. Pode ser que isso tenha acontecido pelo fato de já ter visto o filme baseado nesta obra, que por sinal se manteve muito fiel ao livro (já comentei sobre o filme aqui), mas quando comecei a ler não conseguia parar, só queria ler mais e mais.
Acho que este livro trata muito bem como o ser humano lida com certas adversidades, neste caso a cegueira leitosa, onde as personagens pareciam estar mergulhadas de olhos abertos em um mar de leite, onde o confinamento coloca as personagens em uma situação de caos e estas passam a ser meros seres humanos animalizados tentando sobreviver e deixando os seus instintos mais básicos (fome, sexo, necessidades escatológicas, ...) falarem mais alto, perdendo assim toda e qualquer noção de uma sociedade civilizada.
O livro já começa duro e assustador, pois logo nas primeiras linhas lemos "Estou cego" e a maneira como Saramago escreve, com poucos pontos, muitas vírgulas e um discurso corrente, faz com os acontecimentos passem e se desenrolem pela nossa mente com uma velocidade absurda, e o fato do autor não dar nome a cidade, não datar os fatos ocorridos e manter no anomimato as suas personagens, só as conhecemos por pequenas alusões tais como "a mulher do médico", "o primeiro a cegar", "a rapariga de óculos escuros", faz com que a nossa imaginação entre em ação, em vários momentos parei a leitura para imaginar como seria e como agiríamos (sociedade, autoridades) em uma situação parecida.
Este livro nos faz pensar, mostra como o ser humano pode ser baixo, "descivilizado" e até mesmo grotesco em situações caóticas e fica uma pequena dúvida assustadora: "É assim que nós (seres humanos) realmente somos?".

Essas partes eu tirei do livro e elas realmente significaram algo importante para mim.

"A mulher do médico disse, Todos temos os nossos momentos de fraqueza, ainda o que nos vale é sermos capazes de chorar, choro muitas vezes é uma salvação, há o casiões em que morreríamos se não chorássemos, ..." (p. 101)

"... o certo e o errado são apenas modos diferentes de entender a nossa relação com os outros, não a que temos com nós próprios, nessa não há que fiar, perdoem-me a prelecção moralística, é que vocês não sabem, não o podem saber, o que é ter olhos num mundo de cegos, não sou rainha, não, sou simplesmente a que nasceu para ver o horror, vocês sentem-no, eu o sinto-o e vejo-o, e agora ponto final na dissertação, vamos comer. Ninguém fez perguntas, o médico só disse, Se eu voltar a ter olhos, olharei verdadeiramente os olhos dos outros, como se estivesse a ver-lhes a alma. A alma, perguntos o velho da venda preta, Ou o espírito, o nome pouco importa, foi então que surpreendentemente, se tivermos em conta que se trata de pessoas que não passou por estudos adiantados, a rapariga dos óculos escuros disse, dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos." (p.262)

março 01, 2009

Sentindo Assim ...

"Vi minha vida se desenrolar diante de mim como uma figueira de um conto que havia lido. Da ponta de cada ramo, um gordo figo roxo acenava e me seduzia com um futuro maravilhoso. Um figo significava um marido e um lar feliz com filhos, outro era uma poetisa famosa, outro uma professora, outro era Esther Greenwood, a surpreendente editora, outro era a Europa, a África e a América do Sul, outro Constantin e Sócrates e Átila, um bando de amantes com nomes esquisitos e profissões originais, outro ainda era uma campeã olímpica, e acima de todos esses figos havia muitos outros que eu não conseguia entender. Vi-me sentada sob essa figueira, morrendo de fome, só porque não conseguia decidir qual figo escolheria. Queria-os todos, e escolher um siginificava perder o resto. Incapaz de me decidir, os figos começavam a murchar e apodrecer, e um a um caiam no chão a meus pés."

*Trecho do livro "A Redoma de Vidro" de Sylvia Plath.

Amo Sylvia Plath, outro dia falo (ou melhor escrevo) sobre ela.